TekOn Electronics junta-se à “família” A2B

  Foi já a terminar o mês de abril que a U.Porto Inovação organizou mais uma sessão Academia to Business (A2B), e desta vez com a estreante TekOn Electronics. O encontro reuniu, de forma remota, quase duas dezenas pessoas, entre membros da TekOn, investigadores da Universidade do Porto e duas empresas spin-off da Universidade. A TekOn Electronics é uma unidade de negócio da Bresimar Automação, S.A., empresa com 38 anos de experiencia em automação, soluções de controlo industrial e engenharia. A TekOn Electronics desenvolve e fabrica soluções sem fios para aplicações de medição e monitorização, focando-se em trending topics como Internet of Things Industria 4.0. E foi dentro destes domínios que Nelson Jesus, representante da empresa, apresentou o negócio e os principais desafios a lançar à comunidade da U.Porto. Entre eles estão, por exemplo, a digitalização do chão de fábrica, soluções de integração de plataformas ou conectividade alargada, sempre com o objetivo final de “dar resposta ao cliente, e não só ao mercado, para que possa implementar soluções de forma autónoma”, referiu Nelson Jesus. Também a eficiência energética é uma grande preocupação para a TekOn Electronics. Especialista em sensores, a empresa pretende torna-los cada vez mais simples mas com capacidade de gerar energia: “Cada vez faz mais sentido que os sensores sejam mais pequenos, mais fácies de instalar, e sem recurso a nenhum tipo de baterias”, conclui Nelson Jesus. A aproximação à academia Sendo o objetivo das sessões A2B proporcionar o reforço dos laços entre investigadores e empresas, criando condições ideais para uma investigação aplicada aos desafios que a indústria enfrenta, ao encontro juntaram-se investigadores da Faculdade de Ciências e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Todos tiveram oportunidade de apresentar o seu trabalho, que vai desde a nanotecnologia, passando por comunicação inteligente, eficiência energética, machine learning, cibersegurança, mobilidade, redes de dados, etc. Participaram também duas empresas spin-off U.Porto: a Bandora (eficiência energética de edifícios baseada em machine learning) a Trenmo (área da mobilidade e redes). Estavam então criadas as condições para um produtivo networking que, apesar de ter acontecido online, não deixou de motivar discussões animadas e interessantes, prevendo possíveis parcerias futuras. Durante este tempo os participantes falaram principalmente sobre a enorme quantidade de dados que, atualmente, geramos, bem como a segurança e proteção dos mesmos. No final da sessão tanto cientistas como empresa se revelaram de porta aberta para desenvolver projetos comuns. Para a TekOn “é muito importante criar dinâmicas entre universidades e empresas”, referiu Nelson Jesus, admitindo que é muitas vezes difícil adquirir novo know-how para se manterem competitivos. Assim, estar, de alguma forma, ligado à Universidade, seria uma vantagem para o grupo empresarial. Mas o caminho não é só de ida, digamos assim, e a TekOn também está disposta a dar o seu contributo à Universidade: “Também queremos passar a nossa experiencia para os investigadores porque quanto mais inputs as universidades tiverem, mais vantajoso é. É importante que a informação não se perca, manter a dinâmica para pormos todas as pessoas a pensar em algo comum.”, referiu Nelson Jesus. Como concluiu Joana Resende, pró-reitora da Universidade do Porto, no final da sessão, é fundamental construir pontes e criar sinergias: “Queremos posicionar-nos como uma universidade sem muros, uma universidade aberta. Para isso, é fundamental que haja este tipo de cooperação”.

Universidade do Porto volta a liderar registo de patentes europeias

  Dos 249 pedidos de patente europeia realizados, em 2020, por instituições portuguesas, pelo menos 23 – cerca de 10% – tiveram origem na Universidade do Porto ou nos seus Institutos Associados. Os dados constam do último relatório anual publicado pelo European Patent Office (EPO) e confirmam, pelo terceiro ano consecutivo, o estatuto da U.Porto enquanto universidade portuguesa que mais patentes submete junto do EPO, bem como um dos maiores motores de inovação em Portugal. Dos 23 pedidos de patente submetidos (mais seis do que em 2019), cinco referem-se a invenções desenvolvidas por investigadores das faculdades da U.Porto. Duas tiveram origem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), ao passo que as restantes três distribuem-se pela Faculdade de Ciências (FCUP), Faculdade de Engenharia (FEUP) e Faculdade de Farmácia (FFUP). Geridas pela U.Porto Inovação, estas cinco invenções incluem uma solução para melhorar o modo de preservação dos espermatozoides e, assim, trazer uma nova esperança no combate à fertilidade; uma forma de tratamento para lesões em cavalos de corrida baseada em células estaminais; moléculas auto ativadas que, através da luz, conseguem localizar células cancerígenas em qualquer parte do corpo; um método de obtenção, a partir do bagaço de azeitona, de um ingrediente com propriedades funcionais e que que pode ser utilizado no desenvolvimento de novos produtos e um processo de separação e purificação de derivados de glicerol em produtos químicos de valor acrescentado. No que toca aos pedidos de patente realizados pelos Institutos Associados da U.Porto, o destaque vai para o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, responsável por 12 submissões de patente relacionadas com tecnologias médicas de apoio ao diagnóstico, telecomunicações, cibersegurança e instrumentação. As outras seis patentes com o selo da U.Porto foram submetidas pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), com quatro pedidos, e pelos Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP) e Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) com um pedido cada. No i3S as tecnologias com um pedido de patente ativo na Europa incluem uma nova terapia para as lesões da medula espinhal, um meio de diagnóstico de tumores mais sensíveis à imunoterapia e também um revestimento para dispositivos médicos mais resistentes à infeção hospitalar. Sendo todas na área da saúde – na qual o tempo de vida dos projetos, desde a ideia à entrada no mercado, é longa e complexa, a proteção da propriedade intelectual a nível internacional é muito importante, tendo em conta os mercados-alvo. Já o INEGI submeteu, junto do EPO, uma invenção destinada a melhorar a impregnação de fibras de sistemas compósitos, em particular nos processos de enrolamento filamentar e pultrusão. E o CIIMAR uma solução inovadora para o processamento de algas, através de moagem e lise enzimática, que proporciona a obtenção de protoplastos com alta digestibilidade para uso como ingrediente ou alimento na dieta humana ou animal. Universidades dominam em Portugal Segundo os dados agora divulgados pelo EPO, a subida de patentes europeias “made in U.Porto” surge em contraciclo com o decréscimo no registo de patente provenientes de instituições portugueses (249 em 2020 face às 272 submetidas em 2019). Entre as instituições nacionais com mais pedidos de patentes europeias, a Universidade do Minho é aquela que regista mais pedidos de patente (20) a título individual. Seguem-se-se a A4TEC – Associação para o Progresso da Engenharia de Tecidos e Tecnologias e Terapias de Base Celular com 14 pedidos de patente, o INESC TEC com 12 pedidos e ainda a empresa tecnológica Saronikos Trading and Services e a Universidade de Évora, ambas com sete pedidos submetidos. No que diz respeito aos países que mais pedidos apresentaram em 2020, a lista do EPO é liderada pelos Estados Unidos com mais de 25% dos pedidos. Seguem-se a Alemanha, e o Japão, que mantêm os lugares do ano anterior. Já no que toca a empresas, também se repetem as três líderes de 2019: a Samsung surge no topo da tabela com mais de 3200 pedidos de patente, seguida da Huawei e da LG com mais de 2900 pedidos cada. De uma forma geral, 2020 representou uma quebra geral nos pedidos de patente. As áreas da saúde e tecnologias médicas foram as que originaram mais pedidos. U.Porto continua a liderar na inovação O Relatório Anual do Instituto Europeu de Patentes 2020 reflete, assim, o que foi mais um ano de expansão da propriedade intelectual da Universidade do Porto apesar do contexto atípico da pandemia. No ano passado, chegaram à U.Porto Inovação 42 novas comunicações de invenção, número que não se atingia desde 2012. Além da Europa, foram submetidos pedidos de patente noutros territórios internacionais tais como Estados Unidos, Austrália, Brasil e, pela primeira vez, Israel, num total de 39 submissões. Já no que toca a concessões, foram duas as patentes concedidas em Portugal e oito internacionais: três em território europeu, duas nos Estados Unidos, uma no Brasil e duas no Japão. No final de 2020, o portfolio de patentes da U.Porto concedidas totalizava 271, sendo 65 nacionais e 104 internacionais. Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2019 com 382 patentes e pedidos de patente ativos no seu portfolio.

Carlos Lei é um dos 30 jovens mais promissores da Europa

  Carlos Lei Santos, cofundador da HypeLabs, integra a edição deste ano da lista dos 30 melhores talentos europeus com menos de 30 anos, elaborada pela revista Forbes. A seleção, feita anualmente pela prestigiada publicação norte-americana, destaca o antigo estudante da Universidade do Porto na categoria “Technology”. Antigo estudante de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências (FCUP), Carlos Lei Santos é CEO e cofundador da HypeLabs, uma empresa spin-off da U.Porto atualmente incubada na UPTEC — Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto e que deu os primeiros passos na Escola de Startups da UPTEC. A HypeLabs desenvolve um software de comunicação em redes mesh, que permite a dispositivos comunicarem entre si mesmo sem Internet. Este software identifica no dispositivo que tipos de antenas ou canais de transporte existem — por exemplo, no telemóvel identifica uma antena Bluetooth ou WiFi — e escolhe em tempo real os melhores canais para ligar o dispositivo a todos os que estão nas proximidades. Em 2019, a spin-off levantou um investimento no valor de 2,7 milhões de euros, liderado pelo innogy Innovation Hub. Este investimento está a ser usado para reforçar a equipa e “continuar a crescer internacionalmente, bem como focar num mercado-chave – o utilitário de energia. O nosso objetivo é conectar todos os dispositivos de forma simples, mesmo em situações previamente impossíveis, construindo redes que se auto configuram, ajustam, aperfeiçoam e protegem. É hora de trazer inteligência para a pilha de rede”, afirma Carlos Lei Santos. U.Porto “repetente” na lista da Forbes Spin-offs da U.Porto "repetentes" na lista da Forbes Esta não é a primeira vez que membros de spin-offs da Universidade são distinguidos na lista “30 under 30”, elaborada pela Forbes. Em 2020, integraram este “ranking” Bruno Azevedo e Rodrigo Pires, alumni da FEUP e fundadores da Addvolt – spin-off U.Porto e graduada da UPTEC –, António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, alumni da FCUP e fundadores da Smartex – spin-off U.Porto e incubada na UPTEC – e Joana Paiva e Luís Valente, cofundadores da ILof-Intelligent Lab on Fiber, uma spin-off nascida no INESC TEC e atualmente incubada na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP).

Jornada de networking do projeto SPIN-UP une empresários e cientistas

No passado dia 31 de março teve lugar a 1ª edição da Jornada Transfronteiriça de Networking entre Empresários e Cientistas da Universidade do Porto e da Universidade de Santiago de Compostela. O evento foi organizado pela ANJE e pela Universidade do Porto e decorreu no âmbito do projeto Spin Up, que tem como propósito fomentar a criação de spin-offs e start-ups a partir de resultados de investigação. Estiveram presentes perto de 50 pessoas, entre cientistas, empresários e membros da organização da jornada. As boas-vindas foram protagonizadas por Luís Vale (Diretor Nacional da ANJE), Joana Resende (pró-reitora da Universidade do Porto) e José Luis Villaverde (Diretor da Valorização, Transferência e Empreendedorismo da Universidade de Santiago de Compostela).  Todos foram unânimes em considerar imperiosa a ligação do meio empresarial ao meio académico, bem como no atual empenho dos cientistas em colocar a ciência ao serviço das empresas. Seguiu-se o primeiro painel da tarde, que contou com a presença de Katiuska Cruz. A Coordenadora da Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo da ANI – Agência Nacional de Inovação abordou a importância, no contexto atual, da I&D e Inovação para as empresas, na perspetiva de melhorar a sua performance. Foram também apresentados os instrumentos financeiros que a ANI disponibiliza para o efeito. A Universidade do Porto e a Universidade de Santiago de Compostela apresentaram, depois, dois casos de estudo onde está patente a transferência de conhecimento e tecnologia do meio académico para as empresas. No caso específico da U.Porto, por exemplo, o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Carlos Manuel Pereira, e o Diretor-Geral da SARSPEC, Ricardo Sousa e Silva, deram nota da perfeita simbiose entre as duas organizações, demonstrando o que de melhor se faz na indústria com a investigação desenvolvida no meio académico. Ambos os casos de estudo espelharam a necessidade do reforço da inovação nas empresas enquanto fator critico para a sua sustentabilidade, num quadro de profunda incerteza, imprevisibilidade, rápida evolução da tecnologia e inegável mutação do mercado. Importância de unir os dois mundos A segunda parte do evento contou com sessões de networking entre empresários e cientistas, fruto de uma pesquisa exaustiva da organização do evento para encontrar ligações ideais. O objetivo em mente foi sempre juntar, a uma determinada empresa inscrita no evento, o/a cientista que possua o conhecimento necessário à prossecução do objetivo da empresa ou até que tenha já desenvolvido, ou esteja a desenvolver, uma tecnologia que dê resposta ao que a empresa procura. Os encontros revelaram-se muito profícuos, tendo muitos deles resultado na marcação de novas reuniões, o que indica que o caminho começa a ser trilhado. Em suma, toda ao a Jornada Transfronteiriça de Networking teve como foco a importância da ligação entre empresas e universidades, demonstrando-se que o conhecimento gerado no meio académico não está só ao alcance de grandes empresas. É imperioso valorizar o conhecimento produzido nas universidades as quais, cada vez mais, procuram produzir ciência para alavancar a competitividade das empresas. A ligação entre os dois meios depende, essencialmente, de as empresas estarem motivadas para identificar as principais áreas científicas e tecnológicas relacionadas com os problemas e desafios que pretendem resolver, por via da investigação. E, por outro lado, os cientistas terão todas as vantagens em serem suficientemente ágeis e pragmáticos no processo devendo ser, também, compensados pelo trabalho árduo desenvolvido. A iniciativa será para repetir ainda este ano. Mais informações em breve. As jornadas transfronteiriças são uma atividade enquadrada no SPIN UP, um projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP). O SPIN UP pretende aumentar a transferência de tecnologia para o mercado nas regiões do Norte de Portugal e Espanha.        

Inovação na U.Porto “sobrevive” à pandemia e continua a crescer

  É inevitável que todos os balanços sobre 2020 salientem o quão atípico foi este ano em que o mundo parou e, ao recomeçar, teve de adaptar-se. Isso não foi diferente para a U.Porto Inovação, mas não significou menos trabalho, resultados aquém das expectativas ou paragem de qualquer tipo. Pelo contrário. A equipa adaptou-se ao “novo normal” e continuou, com sentido de missão, o trabalho de proteger e valorizar o conhecimento produzido na Universidade do Porto. “O melhor ativo que uma organização pode ter são as pessoas. Nós, na U.Porto Inovação, levamos isso muito a sério”, refere André Fernandes, diretor da unidade. Assim, a missão da U.Porto Inovação manteve-se inalterada com a firme convicção de continuar – e consolidar – o caminho dos últimos anos e deu-se seguimento às atividades de proteção de propriedade industrial, apoio ao empreendedorismo e aproximação da Universidade do Porto à indústria. Para a prossecução dessas atividades, os projetos financiados continuaram a ser um forte auxílio. Foram 28 os projetos ativos em 2020, compreendendo um pouco mais de 800 mil euros para financiar parte do financiamento da unidade. Proteger e valorizar o conhecimento produzido na U.Porto No que toca à propriedade intelectual, a Universidade do Porto registou, em 2020, 42 comunicações de invenção, o que representa um aumento significativo em relação ao ano anterior (18). Esta foi a segunda vez, desde a criação da unidade, que se atingiu este número, sendo que a primeira aconteceu em 2012. Na sequência das comunicações de invenção recebidas neste e nos anos anteriores, foram submetidos 28 pedidos de prioridade nacional junto do Instituto de Propriedade Industrial (INPI), 22 pedidos de extensão internacional (PCT) e 39 pedidos internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, Austrália, Brasil e, pela primeira vez, Israel. Já no que toca a concessões, foram duas as patentes concedidas em Portugal e 8 internacionais: três em território europeu, duas nos Estados Unidos, uma no Brasil e duas no Japão. No final de 2020, o portfolio de patentes da U.Porto concedidas totalizava 271, sendo 65 nacionais e 104 internacionais. Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2020 com 382 patentes ativas no seu portfolio. Além de proteger, importa valorizar a investigação e fazer o possível para a transferir para o mercado. Em 2020 foram assinados três contratos de exploração comercial de tecnologias com empresas, tendo a U.Porto terminado o ano com 26 licenças ativas. Apoiar o empreendedorismo e aproximar a investigação das empresas Apesar da crise pandémica que, inevitavelmente, fez com que muitos projetos empreendedores não saíssem do papel ou até que fossem encerrados muitos dos que já haviam saído, a U.Porto Inovação continuou a sua missão de apoiar quem quer chegar mais longe com a sua ideia. Em 2020 foram 10 as empresas a receber a chancela Spin-off U.Porto e o The Circle, apoiado pelo Santander Universidades e pela Porto Business School, chegou ao final do ano com 98 membros (no total, e desde 2010, a chancela já foi atribuída a 104 empresas. No final de 2020, 98 estavam abertas e em funcionamento). Juntas, as empresas do The Circle gerem perto de 240 patentes, geram mais de 44 milhões de euros de lucro (dados de final de 2019) e já contribuíram para a criação de mais de 900 postos de trabalho. Informação mais aprofundada sobre o The Circle pode ser encontrada aqui, na brochura anual. Falar de eventos em 2020 é o ponto mais sensível e o que, sem dúvida, exigiu mais adaptação por parte das equipas em todo o mundo. Multiplicaram-se as conferências, reuniões e palestras à distância e em formato digital, e a U.Porto Inovação também fez a sua parte. Além de ter participado, com algumas spin-offs U.Porto, no Digital Health Porto, a unidade organizou, já no final do ano, mais uma edição do Business Ignition Programme. Nele participaram 12 equipas, orientadas pela U.Porto Inovação e pela BTEN durante 8 semanas. Já mesmo a terminar o ano, a U.Porto Inovação revolucionou o já conhecido Entreprenow, que desta vez foi preenchido por debates com apenas duas pessoas e um moderador, sem público, filmados e depois transmitidos nas redes sociais da unidade. Os vídeos estão disponíveis para visualização aqui. No que diz respeito à 3ª missão da Universidade do Porto, organizaram-se duas sessões A2B (Academia to Business) uma com a Sogrape e outra com a Galp. As sessões A2B já se realizam há nove anos e totalizam 47 encontros, com mais de 1450 participantes entre académicos e membros da empresa. O objetivo principal da iniciativa é uma mais eficaz valorização do conhecimento gerado na U.Porto, aproximando o meio académico da indústria. Novas formas de comunicar e ficar mais perto Por fim, mas não por último, a U.Porto Inovação manteve a sua aposta numa comunicação forte e próxima do seu público-alvo. Além das mais de 40 notícias geradas e publicadas, de salientar também o aumento de 5% de seguidores no Facebook e 42% no Instagram. A par disso, a U.Porto Inovação lançou, no final do ano, o seu vídeo, que pretende ser uma apresentação original, apelativa e detalhada da equipa e do trabalho que desenvolve. Ainda na área da multimédia foram desenvolvidos dez vídeos sobre empresas spin-off da Universidade do Porto, que podem ser visualizados aqui. Foi também criada e publicada a brochura “FAQs sobre patentes”, que funcionará como a porta de entrada para quem tenha dúvidas sobre a proteção de propriedade industrial de uma invenção. Com uma linguagem clara e simples, o objetivo da publicação é esclarecer dúvidas iniciais e facilitar o diálogo entre investigadores/as e a U.Porto Inovação. Foi mais um ano em que a Universidade do Porto apostou na inovação e no empreendedorismo da sua comunidade e parceiros, apesar dos obstáculos desconhecidos e, por isso, particularmente difíceis. “A U.Porto Inovação mantém-se como um elemento fundamental no nosso ecossistema de inovação e empreendedorismo, desenvolvendo uma vasta fama de atividades que apoiam toda a cadeia de valor”, refere a pró-reitora Joana Resende. A equipa entrou em 2021 empenhada em enfrentar novos desafios, pronta a consolidar o caminho dos últimos 17 anos: “Temos grandes expectativas no que diz respeito às sementes que o ecossistema da U.Porto tem vindo a espalhar. O retorno do investimento é o mote que queremos seguir”, refere o diretor André Fernandes. Isto numa altura em que, como conclui a pró-reitora Joana Resende, “mais do que nunca ficou claro que a ciência e a inovação são fatores chave para a evolução das sociedades”. A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2020, está disponível para consulta aqui.

“Sonho ver a aquacultura em Portugal aparecer no mapa internacional”

  A formação de Luísa Valente, atualmente docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e investigadora do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), começou no curso de Biologia na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e passou pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), onde fez o seu Doutoramento e onde deu aulas. Nos anos 2000 voltou à Universidade do Porto, sendo investigadora do CIIMAR desde 2001 e docente do ICBAS desde 2003. Ao perguntar-lhe o motivo da escolha desta área científica, a investigadora revela que aconteceu “por mero acaso”, apesar de assumir que cresceu como uma criança “muito curiosa, que gostava de flores e natureza”. Quando terminou a licenciatura tinha interesse em várias áreas, e a sua carreira como investigadora começou na fisiologia vegetal. No entanto, e nas palavras da própria, acabou “ao lado, na ciência animal” quando foi trabalhar para a UTAD: “Tinham excesso de docentes na área vegetal, para a qual me tinha candidatado, mas ninguém para lecionar zoologia, por isso desafiaram-me a experimentar uma área que, até à altura, não me tinha cativado. Gostei. Gostei mesmo muito”, conta. Não demorou muito até nascer a paixão pela aquacultura e o seu “percurso em direção aos peixes”. Atualmente, o seu trabalho assenta na sustentabilidade da aquacultura, o que envolve um conjunto de abordagens: “identificação de novas matérias primas a incorporar em dietas para peixes, avaliação do seu impacto no crescimento e bem-estar dos animais, passando ainda pelo valor nutricional do filete para consumo humano”, explica a investigadora. Até aos dias de hoje, o grupo de investigação onde Luísa Valente se encontra inserida já enviou quatro comunicações de invenção à U.Porto Inovação, todas elas com pedidos de patente ativos, quer a nível nacional, quer internacional. Duas das patentes resultaram de doutoramentos em ambiente empresarial. Identificaram-se “produtos naturais promotores do crescimento do linguado”, bem como um “hidrolisado proteico para aumentar a resistência do robalo a agentes infeciosos”, explica a investigadora. Outras das tecnologias melhora a biodisponibilidade de nutrientes em algas facilitando a sua absorção. Mais recentemente, começaram a desenvolver também uma ração para ouriços do mar. Apesar da grande paixão pelo que faz e pelo “enorme interesse em aprender” a verdade é que, para Luísa Valente, o objetivo final é ver o “trabalho refletido em produtos com aplicação prática”, diz. Assim sendo, os próximos passos serão “o licenciamento das patentes para que se possam tornar úteis para a sociedade”. "A U.Porto dá-nos um ambiente fantástico para promover a inovação" Tudo isto é possível, segundo a investigadora, num ambiente de investigação colaborativo e versátil como a Universidade do Porto. Para Luísa Valente, a principal vantagem de pertencer a esta “família” são as sinergias possíveis entre várias unidades orgânicas ou centros de investigação diferentes, o que contribui muito para a valorização e proteção de conhecimento, pontos para os quais tem sido “altamente incentivada enquanto investigadora do CIIMAR”. No entanto, a investigadora lamenta alguma lentidão decorrente da centralização de serviços, e acredita que o caminho é criar “organizações ágeis e com grande capacidade de resposta onde a proximidade é imbatível”, refere. E os sonhos? Luísa Valente não pede “três desejos à lâmpada mágica do Aladino” mas assume que gostaria muito de realizar dois: em primeiro lugar, poder ter um grupo de investigadores a trabalhar no seu grupo, focados na ciência e sem contratos a prazo. Depois, e principalmente, sonha “ver a aquacultura em Portugal aparecer no mapa internacional”. Na sua opinião, já se atingiu a excelência científica, mas não a capacidade de produção. “Isto deixa-me triste, mas sou resiliente”, conclui, piscando o olho ao futuro e a novos projetos para os quais devemos estar (e estaremos!) atentos.

Máscara protege pacientes com disfagia do risco da COVID-19

  Alguns dos principais desafios que a pandemia da COVID-19 trouxe prendem-se com pensar em formas seguras de tratar e acompanhar doentes com outras patologias, protegendo-os, ao mesmo tempo, do contágio pelo novo coronavírus. Uma dessas condições é a disfagia e/ou motricidade oral disfuncional - uma condição incapacitante que provoca dificuldades no momento da deglutição – cujos pacientes necessitam de apoio no momento da alimentação e, consequentemente, faz com que os profissionais tenham de se aproximar da boca e nariz dos mesmos. Tendo isto em mente, um grupo de investigadores das Faculdades de Engenharia e Medicina, em parceria com o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, resolveu colocar mãos à obra. “Sendo a cavidade oral a porta de entrada do nosso organismo e, a par do nariz, a principal estrutura anatómica a proteger no âmbito da COVID-19, temos procurado encontrar soluções que possam ser úteis nesse âmbito”, refere Miguel Pais Clemente, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. À semelhança do que aconteceu em maio de 2020, quando surgiu a ideia de criar um escudo protetor para dentistas, também desta vez Miguel Pais Clemente, juntamente com o professor da FMUP José Manuel Amarante, resolveu “atravessar a rua” e voltar a unir esforços com Joaquim Gabriel Mendes, da Faculdade de Engenharia da U.Porto. Aos três investigadores juntou-se ainda Catarina Aguiar Branco (Diretora do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e docente na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto), reunindo-se assim a equipa que fez nascer uma máscara protetora que impede a propagação de aerossóis do doente para o profissional de saúde e vice-versa. Esta máscara destina-se sobretudo a doentes com disfagia, idosos institucionalizados em lares e a doentes internados em regime hospitalar. Utilizando-a durante as refeições, haverá uma barreira adicional de proteção que permite que o paciente coma sem ter que retirar a máscara. Tendo em conta a situação pandémica, esta é uma proteção eficaz contra aerossóis e gotículas respiratórias, sendo especialmente útil em pacientes com “alterações da motilidade faringo-laríngea e/ou com frequentes obstruções respiratórias e tosse, uma vez que essas condições provocam emissão de resíduos alimentares e aerossóis”, explica o investigador José Manuel Amarante. A principal vantagem da máscara face a outras soluções existentes atualmente é “ser constituída por dois componentes um superior e inferior. Sendo que o inferior, que recobre o nariz e a cavidade oral, é amovível, transparente e fácil de limpar”, explica Joaquim Gabriel. Isto permite não só alguma proteção física, mas também que nariz e boca fiquem visíveis, facto especialmente útil, por exemplo, em exercícios de terapia da fala ou de reabilitação para a própria disfagia. Recorrendo a esta máscara o profissional de saúde consegue visualizar e avaliar a deglutição dos alimentos e, assim, ajudar de forma mais eficiente o paciente. Da Universidade para o mercado A missão desta equipa, que assume a sua multidisciplinaridade com uma mais valia pelas competências envolvidas, é garantir que a saúde, mesmo em tempos de pandemia, não é negligenciada. Como refere Catarina Aguiar Branco, não foram poucos os relatos de pacientes não COVID que, por vezes, “deixaram de realizar os seus tratamentos pelo receio de algum eventual tipo de contágio”. Esta máscara, acreditam os investigadores, pode ser uma solução útil para situações como estas, garantindo ao doente que está seguro e que pode continuar a confiar no seu tratamento. Assim, é fundamental chegar rápido aos hospitais. Depois de enviada a comunicação de invenção à U.Porto Inovação, foi submetido um pedido provisório de patente nacional junto do INPI. Agora, a equipa está concentrada em passar à fase seguinte – a da comercialização – estando já em negociações com a Simoldes para a eventual produção industrial. Passada a fase do design, seleção de materiais e orçamentação, “será depois produzida uma pré-série do produto de modo a que possa ser testado por um grupo de potenciais utilizadores”, refere Miguel Pais Clemente. Assim, a equipa poderá melhorar algum aspeto ou até incluir funcionalidades extra para chegar ao produto final e, passando a redundância, entrar finalmente no mercado. Joaquim Gabriel Mendes acredita que este passo não será difícil uma vez que a máscara não entra na categoria de dispositivos médicos – habitualmente sujeitos a processos mais longos e delicados de autorização. No entanto, refere o investigador, é sempre necessário avaliar certas características da máscara como por exemplo “o contacto com a pele, de modo a que não cause alergia, seja suave e agradável ao toque” refere. Tendo em conta todas estas etapas e ainda a componente comercial (rede de distribuição, definição de preços, planeamento, publicidade, etc.), os investigadores acreditam ser possível chegar ao mercado em seis meses.  

À conversa com as empresas: Laborders

  A LabOrders tem como missão acelerar a ciência, tornando-a mais eficiente. Trata-se de uma plataforma online para colocar e gerir encomendas em instituições de I&D e já conta com clientes como o CIIMAR, na Universidade do Porto, o CNC em Coimbra ou a FCiências.ID em Lisboa. A startup recebeu a chancela spin-off U.Porto em 2017 e continua a crescer. Fomos conversar com o Bruno e o Tiago, de uma forma bastante descontraída. Vamos conhecê-los melhor? 1. Como é um típico dia de trabalho na LabOrders? Por causa da pandemia, estamos em trabalho remoto desde março do ano passado, e naturalmente os dias têm sido bastante diferentes. Ainda assim, todos os dias às 10h00m temos um check-in rápido entre toda a equipa - 15 minutos para ficarmos todos a par do que cada um está a fazer. O resto do dia varia bastante. Parte da equipa está concentrada no desenvolvimento do software, e temos também muitas reuniões com clientes atuais assim como com novos clientes potenciais. Infelizmente, nesta fase perdemos o convívio dos nossos almoços de equipa em conjunto.   2. O que fazem, enquanto equipa, quando se sentem menos criativos ou animados? A verdade é que estamos todos entusiasmados com a nossa missão e no ritmo acelerado em que nos encontramos, não temos sentido falta de ânimo. Não querendo parecer insensíveis, a realidade é que temos tido imensas solicitações de projetos muito entusiasmantes durante a pandemia. Ainda assim, antes da pandemia fazíamos com regularidade atividades em equipa para nos divertirmos em conjunto, fora das atividades normais de trabalho. A última foi um Escape Room - que nos deixou em modo super focado e onde uma hora voou - recomendamos! Já no modo online, tivemos este mês uma sessão de Pictionary virtual - e, embora a nossa qualidade artística com o rato possa ser questionável, foi surpreendentemente divertido.   3. Porquê o nome LabOrders? O primeiro desafio que a empresa resolveu foi o de simplificar o processo de encomendas de material de laboratório - daí o nome: Lab / Orders. Hoje, fazemos muito mais do que isso - não só passam pelo LabOrders todos os processos de despesa da instituição (incluindo, por exemplo, idas a conferências científicas), como temos muitas outras funcionalidades, desde gestão de stocks até à gestão de projetos e pedidos de pagamento às entidades financiadoras.  Temos resistido a mudar o nome, mas neste momento somos muito mais do que “encomendas dos laboratórios”.   4. Como é, para vocês, ser membro da família de spin-offs da U.Porto, o The Circle? Para nós tem sido interessante e útil. Além dos eventos de networking e formação, há uma parte de imagem e de aumento de visibilidade que é importante. Aliás, já tivemos pelo menos um caso em que um potencial cliente nos contactou, depois de tomar conhecimento da LabOrders através de um dos folhetos do The Circle. Esperamos continuar a crescer em conjunto!   5. Quem é a pessoa mais divertida da empresa? Pergunta difícil! Acho que se perguntarem a todos, cada membro da equipa responderá com uma pessoa diferente. Temos todos bastante bom humor e formas consideravelmente diferentes de o expressar. Mas tem funcionado bem. O tema do momento é que não fizemos plano de contingência para cortar os cabelos, e alguns elementos da equipa estão a sofrer mais que outros!   6. Se uma criança um dia vos disser "Quero ser empresário/a!", qual será o vosso primeiro conselho? Um ponto crítico e comum a todos os projetos empresariais (e não empresariais!) é a capacidade de vender. Por isso, um conselho que julgamos útil é começar desde já a treinar competências de venda. Os exemplos clássicos da bancada de limonada ou de vender desenhos de Pai Natal aos avós vêm à cabeça.   7. Se pudessem escolher um só sonho a alcançar com a LabOrders, qual seria? Ser líder internacional na área de software de gestão e apoio a organizações focadas na I&D. Quantos mais utilizadores tivermos, mais conseguiremos ajudar, mais eficientemente se fará Ciência!   8. Quais os planos da LaboOrders para o futuro mais próximo? Tivemos um ano muito positivo, com várias instituições grandes a juntarem-se ao LabOrders em Portugal e este ano vamos ativar o nosso primeiro cliente internacional, no Canadá - que veio de uma referência espontânea de um dos nossos clientes. Os planos imediatos passam por continuar a aumentar o número de instituições que beneficiam do LabOrders em Portugal, ao mesmo tempo que iniciamos a fase seguinte de crescimento internacional.   9. O que aprenderam, até agora, com esta jornada empreendedora? E com as pessoas com quem trabalham? Algo que ambos aprendemos nos nossos percursos foi a importância de nos focarmos. É um aspeto a que, apesar da experiência, temos que estar sempre atentos para encontrar o melhor equilíbrio. Quando somos ambiciosos com os nossos objetivos e temos uma visão forte, é fácil cair na tentação de querer fazer “tudo” antes do tempo e isso leva a problemas. Mas se não nos desafiarmos a fazer sempre um pouco mais, também estamos a limitar o nosso sucesso.   10. Quais os vossos sonhos pessoais? Temos muitos! Mas com estreita ligação à nossa formação científica e ao espaço em que a Laborders opera (instituições de I&D e de Educação), gostávamos de conseguir evoluir a empresa até a um nível que nos permitisse “give back”, ou seja retribuir de volta à sociedade de forma significativa e que cause impacto.  Temos discutido algumas ideias para apoiar iniciativas de ensino e de ciência no futuro e estamos a dar o nosso melhor para as podermos tornar realidade.

Universidade do Porto aplica 60 mil euros para impulsionar projetos inovadores

Repetindo a receita de sucesso iniciada em 2018, a U.Porto Inovação voltou a lançar a iniciativa BIP PROOF, cujo principal objetivo é criar um sistema de provas de conceito para estimular a concretização de etapas de valor condicionantes à valorização de resultados de investigação. Esta edição contou novamente com o apoio da Fundação Amadeu Dias (FAD) – que já havia apoiado as duas edições anteriores – e com um novo apoio por parte do Santander Universidades. Depois de um criterioso olhar para as 50 candidaturas recebidas, seis projetos foram escolhidos pelo júri para receber financiamento de 10.000 euros. SAFENERGY: reforço sísmico e térmico para fachadas O projeto SAFENERGY visa eliminar, segundo os investigadores, uma problemática bastante atual: “Cerca de 40% dos edifícios situados em zonas de média-alta perigosidade sísmica da União Europeia foram dimensionados, utilizando regulamentos com baixas exigências de segurança, sendo que 65% destes necessitam de melhorias de eficiência energética”, explica André Furtado, da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e líder do projeto. Assim, a equipa de investigação desenvolveu uma solução de reforço integrado sísmico e térmico para fachadas de edifícios de betão armado, que permitirá uma “mudança de paradigma no que toca às intervenções de reabilitação neste tipo de edifícios”, referem. Pretende-se que esta solução, além de inovadora e em conformidade com as necessidades do mercado, seja de “custo reduzido, fácil aplicação e acompanhada por uma metodologia aplicável por qualquer engenheiro projetista”. Assim, o financiamento conseguido na iniciativa BIP PROOF será “fundamental para dar continuidade aos trabalhos”. Os investigadores vão iniciar uma campanha experimental composta por modelos à escala real, que serão testados numa plataforma de ensaios recentemente criada no Laboratório de Engenharia Sísmica e Estrutural. O principal objetivo será avaliar e otimizar o desempenho da solução de reforço em situação de sismo, ao mesmo tempo que se cuida da parte energética: “Não faz sentido melhorar apenas a eficiência energética dos edifícios descurando a sua vulnerabilidade sísmica. Esta solução permitirá, numa só intervenção, melhorar tanto o desempenho energético como o desempenho sísmico”. Probio Vaccine: vacinas orais para peixes em aquacultura Desenvolvido no CIIMAR, o projeto ProbioVaccine também responde a uma necessidade bastante atual: “As vacinas orais são uma necessidade cada vez maior da aquacultura, dada a complexidade de vacinar peixes por via injetável” explica Cláudia Serra, investigadora responsável pelo projeto. Assim, e sendo a aquacultura um setor em crescimento, o ProbioVaccine tem “as características ideais para ser uma vacina oral de sucesso, nomeadamente a simplicidade de produção e armazenamento”, refere. Esta é uma forma de oferecer à aquacultura novas – e práticas! – armas contra doenças dos peixes, contribuindo para o desenvolvimento da “produção de pescado seguro e promovendo a sustentabilidade do setor”. O BIP PROOF, além de um reconhecimento importante para a equipa, é também um incentivo para continuar a trabalhar. Os 10.000€ serão, essencialmente, aplicados no aperfeiçoamento da tecnologia e também em “testes in vivo nas espécies de aquacultura alvo, de modo a estabelecer o efeito protetor das vacinas orais”, conclui Cláudia Serra. Soli@uto: baterias seguras, de carregamento rápido e elevada densidade de energia Na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), numa equipa liderada por Helena Braga, nasceu o projeto Soli@uto. Trata-se de “dispositivos de recolha e armazenamento de energia que podem recolher energia térmica e armazenar energia elétrica, uma vez que usam um eletrólito de vidro que é, também, um ferro elétrico, e por isso polariza espontaneamente a uma certa temperatura”, explica a investigadora. A principal mais-valia da tecnologia é que estas são baterias extremamente seguras e que podem ser utilizadas desde temperaturas negativas até aos 180ºC “sem problemas associados”, refere Helena Braga. Além disso, permitem um carregamento rápido (menos de 15 minutos) e têm uma elevada densidade de energia. O financiamento obtido no BIP PROOF será aplicado, essencialmente, na proteção da propriedade industrial da tecnologia, algo que, como refere a investigadora, “requer um esforço considerável para manter”. Além disso, a equipa tenciona continuar a angariar “matching funds” para trazer mais valências ao grupo de investigação. A líder do projeto refere-se ao reconhecimento pelos avaliadores do BIP PROOF como importante: “Para nós, mais do que o valor do prémio, é importante saber que os membros do júri pensam que estamos no bom caminho e que a visão que temos do negócio e do caminho a seguir é ajustada à realidade”, conclui.   SpecTOM: uma possibilidade disruptiva para a agricultura de precisão Desenvolvida por uma equipa multidisciplinar de investigadores do INESC TEC e da Universidade do Porto, a tecnologia SpecTOM é uma inovadora plataforma tecnológica de “tomografia metabólica não invasiva, para análise molecular baseada em espectroscopia”, explicam os investigadores do projeto. Tem como objetivo principal efetuar diagnóstico “precoce e de alto débito, 'in-situ' e 'in-vivo', utilizando uma plataforma robotizada (Metbots) e um instrumento de espectroscopia de última geração da “inteligência das coisas”, referem, acrescentando que a tecnologia poderá ter um impacto disruptivo para o desenvolvimento de sistemas avançados de Agricultura de Precisão, atualmente muito baseada em relações estatísticas. O financiamento do BIP PROOF está destinado a montar um microscópio ótico com resolução hiper-espectral, que permitirá “discriminar e quantificar a informação espectral dos diferentes tecidos e alimentar um sistema de inteligência artificial para geração de imagens tomográficas de partes das plantas ou frutos ‘in-vivo’”, explicam. Os espectros recolhidos neste microscópio serão dados de treino para, depois, baixar o limite de deteção da SpecTom, “permitindo o suporte de reconstrução de imagens metabólicas de elevado detalhe”, concluem. NanoPyl: tratamentos alternativos aos antibióticos “Uma maneira de responder à necessidade urgente de tratamentos alternativos antibióticos para a infeção gástrica provocada pela bactéria Helicobacter pylori” – é desta forma que Paula Parreira, uma das promotoras, explica o projeto NanoPyl, desenvolvido no INEB/i3S em colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. A bactéria Helicobacter pylori “infeta cerca de 50% da população mundial e a sua prevalência em Portugal é “muito frequente”, explica a investigadora. Os tratamentos existentes atualmente são à base de antibióticos que não só provocam efeitos secundários adversos como têm também uma percentagem de resistência entre 20 a 40%, deixando “1,6 mil milhões de pessoas sem tratamento alternativo em todo o mundo”, acrescenta Paula Parreira. NanoPyl surge então como uma estratégia não baseada em antibióticos e com um preço muito acessível: “Pretende ser a resposta não só para estes pacientes, mas também para a erradicação massiva da bactéria”, referem os cientistas. O financiamento do BIP PROOF será usado, essencialmente, para “produzir o NanoPyl em condições de “Good Manufacturing Practices”, que são as exigidas do ponto de vista regulamentar e que garantem toda a qualidade e segurança do produto a colocar à venda”, referem as investigadoras. Além disso, também querem começar a trabalhar com uma consultora para a implementação de estudos clínicos piloto em humanos, BBIT20: um contributo valioso para a terapêutica do cancro da mama e do ovário  "O composto BBIT20 representa o primeiro supressor da recombinação homóloga capaz de inibir a interação BRCA1/BARD1". São palavras de Lucília Saraiva, docente e investigadora da Faculdade de Farmácia da U.Porto e do LAQV/REQUIMTE que, em conjunto com a estudante de doutoramento Liliana Raimundo, apresentou o projeto BBIT20 ao BIP PROOF. Explicado de forma mais simples, a BRCA1 é uma "proteína supressora tumoral com um papel chave na reparação de danos no DNA", explica Lucília Saraiva. Assim, a inibição da interação BRCA1/BARD1 conduz à perda de função da BRCA1 e à acumulação de erros nas vias de reparação do DNA. Em contexto clínico, a contínua reparação do DNA nos tumores está associada a quimioresistência e, portanto, ao insucesso das terapêuticas oncológicas. "Dados pré-clínicos em células tumorais de pacientes e em modelos animais comprovam o elevado potencial terapêutico desta molécula em cancros da mama e do ovário, principalmente quando comparado com o de outros agentes supressores da reparação de danos no DNA utilizados na clínica", refere a investigadora. Com base nos resultados obtidos, BBIT20 poderá representar um contributo muito valioso para a terapêutica personalizada destes cancros. Para as investigadoras este reconhecimento no BIP PROOF será um apoio muito importante para a potencial translação clínica desta molécula. O montante recebido será aplicado no pagamento de despesas associadas ao processo de pedido de patente internacional e também na realização de estudos adicionais em modelos animais. Sobre o BIP PROOF Foi em 2018 que a U.Porto Inovação arrancou com a iniciativa BIP PROOF e desde então já foram financiados 14 projetos, num total de 200 mil euros. Nessa primeira edição, que aconteceu no âmbito do projeto U.Norte Inova, seis projetos receberam, cada um, 20 mil euros para impulsionar provas de conceito. Ainda nesse ano, a Fundação Amadeu Dias (FAD) passou a ser o apoio principal da iniciativa, e outras quatro ideias inovadoras receberam 10 mil euros cada um. Já em 2019, e repetindo a fórmula de sucesso com a FAD, quatro projetos de investigação receberam financiamento. Este ano, o Santander Universidades juntou-se à iniciativa e à FAD, tendo sido possível escolher seis ideias inovadoras, que vão agora receber um total de 60 mil euros. A avaliação foi levada a cabo por elementos da J.Pereira da Cruz, Patentree, Portugal Ventures e UPTEC, tendo a U.Porto Inovação compilado os resultados. O principal objetivo do BIP PROOF é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado. O BIP PROOF é, e tem sido, uma das maneiras de a U.Porto Inovação apoiar, e procurar valorizar, o que de melhor se faz na investigação da Universidade do Porto. Esta edição contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e do Santander Universidades.    

SHERPA do MAR publica mapa de conhecimento euro regional

  Com o objetivo de criar uma rede transfronteiriça no âmbito marinho-marítimo, o projeto Sherpa do Mar elaborou um Mapa do Conhecimento euro regional onde estão reunidos diversos dados sobre os recursos técnico-científicos relacionados com o mar e disponíveis na região Galiza – Norte de Portugal. Concretamente, a plataforma agrega informação sobre 99 organizações e equipas de investigação (86 da Galiza e 13 do Norte de Portugal) especializadas nas áreas de Observação do oceano e Alterações globais; Uso sustentável de recursos marinhos; Gestão integrada dos Oceanos; Engenharia (Portos, Infraestruturas e Energia) e Apoio à inovação e ao empreendedorismo. Do mesmo modo, contém dados de 5.194 investigadores (1.929 da Galiza e 3.265 do Norte de Portugal), 76 patentes, 259 projetos e 36 publicações, bem como 356 referências de serviços. A extensa base de dados que constitui esta secção web é o resultado da recolha de informação sobre as equipas de investigação na área do mar e a sua principal produção científica, com base em critérios específicos de acordo com as características do ecossistema Sherpa do Mar. O trabalho foi coordenado pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e nele colaboraram as universidades de Santiago de Compostela, A Coruña, Vigo e Porto. Os resultados deste trabalho foram recolhidos pelo Consórcio Zona Franca de Vigo, de onde se originou o desenvolvimento desta nova secção no site do projeto e para a qual contou com o apoio do grupo de investigação REDE da Universidade de Vigo. Plataforma aberta a novos registos Além de servir de fonte de informação, as páginas especificam as localizações dos organismos e equipas de investigação e facilitam o contacto com os responsáveis. O objetivo final é promover a criação de uma comunidade de conhecimento transfronteiriça em torno do mar, razão pela qual a base de dados está aberta a novas incorporações. Desta forma, qualquer organização de I&D ou equipa de investigação da Galiza e do Norte de Portugal cujas linhas de trabalho se relacionem com a área marinha-marítima podem fazer parte deste Mapa de Conhecimento Eurorregional, inscrevendo-se através deste formulário. No caso de projetos ou publicações, os requisitos para aderir a esta diretoria, além dos já mencionados, é que estejam em andamento ou concluídos nos últimos 5 anos. O Sherpa do Mar é um projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP). A Universidade do Porto é parceira através da U.Porto Inovação, do CIIMAR e da UPTEC.  

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