Começando, aos poucos, a normalizar depois de mais de dois anos de pandemia, a Universidade do Porto iniciou, em 2022, um novo ciclo governativo. Agora, a U.Porto Inovação está sob a alçada do Vice-Reitor para a Investigação e Inovação, Pedro Rodrigues. “Esta mudança vem reforçar o papel e a visibilidade da U.Porto Inovação no nosso ecossistema de investigação e inovação, e visa facilitar o acesso e a utilização dos nossos serviços para as comunidades de investigação e inovação”, refere o Vice-Reitor.

Assim, o compromisso que a U.Porto Inovação vem assumindo há quase 20 anos mantém-se firme, como refere André Fernandes: “Em 2022, a U.Porto Inovação manteve o foco em três eixos de atuação: proteção e valorização dos resultados da investigação; geração de empresas spin-off; interface com a indústria visando parcerias de pesquisa”.

Alguns objetivos importantes foram alcançados no ano passado. Entre eles, está o “acordo chapéu” assinado entre o INESC TEC e a Universidade do Porto relativamente a propriedade intelectual conjunta que, como refere André Fernandes, “alavancará a transferência de resultados científicos e tecnológicos de ambas as instituições, contribuindo para uma economia inovadora”.

Além disso, de realçar também o começo de projetos financiados, e a continuidade de outros (UI-TRANSFER, Skills for a Next Generation U.Porto, fase 2 do projeto ADSA, etc) que, como já tem sido recorrente ao longo da vida da U.Porto Inovação, são um apoio fundamental para que a unidade continue o seu compromisso para com a comunidade, fomentando a saúde de um ecossistema inovador e empreendedor.

Proteger e valorizar o conhecimento produzido na U.Porto

No que toca à propriedade intelectual, em 2022 chegaram às mãos da equipa da U.Porto Inovação 32 comunicações de invenção. Englobando todas as áreas de investigação (Saúde; Biotecnologia e tecnologia agroalimentar; Tecnologias de informação, comunicação e eletrónica; Energia, ambiente e construção e Transportes, segurança e processos industriais) as comunicações de invenção que a unidade recebeu desde a sua fundação totalizavam, no final do ano de 2022, perto de 500 (491).

Na sequência das comunicações de invenção recebidas neste e em anos anteriores, foram submetidos neste ano 29 pedidos de prioridade nacional junto do Instituto de Propriedade Industrial (INPI), 14 pedidos de extensão internacional (PCT) e 59 pedidos internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, China, Índia e Japão.

Já no que toca a concessões, foram 9 as patentes concedidas em Portugal e 45 a nível internacional. De destacar que houve, pela primeira vez, uma patente concedida para uma invenção da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto e uma para a Faculdade de Medicina Dentária. No final de 2022, o portfolio de patentes da U.Porto concedidas ultrapassava as 400 (410), sendo 85 nacionais e 325 internacionais.

Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2022 com 501 patentes ativas no seu portfolio.

Além de proteger, importa valorizar a investigação e fazer o possível para a transferir para o mercado de forma a beneficiar o tecido económico e social. Em 2022 foram assinados dois novos contratos de exploração comercial de tecnologias com empresas. Ambos são da área da saúde, e as empresas são a Hogrefe Portugal e a italiana Spes Medica.

Regresso do iUP25k e BIP reforçam apoio da U.Porto Inovação à criação de empresas spin-off

O ano de 2022 fica também marcado pelo regresso do iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto. Depois de sete edições bem sucedidas, tendo a última acontecido em 2016, a U.Porto Inovação retomou a iniciativa. Mais de 20 equipas decidiram candidatar-se a esta nova edição e, à semelhança do que aconteceu nas edições anteriores, três vencedores levaram para casa um total de 25.000€ em prémios e em dinheiro, depois de uma apresentação pública das suas ideias ao júri. 

Os programas BIP Acceleration e BIP Ignition foram outra das apostas da unidade em 2022. As iniciativas – que se complementam entre si – têm como objetivo ajudar os cientistas a alavancaram as suas ideias de negócio. Por um lado, temos o programa de ideação (BIP Ignition) desenhado para explorar o potencial do conhecimento científico existente na U.Porto, dando início à validação e ao desenvolvimento de ideias inovadoras. Depois, o BIP Acceleration trabalha, como o próprio nome indica, em acelerar projetos que criam valor agregado aos resultados de investigação gerados na Universidade.

Ainda no tema do empreendedorismo de base científica e tecnológica, 2022 foi o ano em que a U.Porto Inovação alcançou o tão desejado número 100 no que diz respeito às empresas detentoras da chancela spin-off U.Porto, com a chegada da DigestAID. Juntas, as empresas do The Circle geriam, no final de 2022, mais de 240 patentes, geraram mais de 95 milhões de euros de volume de negócios e já contribuíram para a criação de mais de 1700 postos de trabalho. Informação mais detalhada sobre a rede de empresas spin-off U.Porto pode ser encontrada na brochura anual do The Circle, aqui.

No que diz respeito à atividade de interface, organizaram-se duas sessões A2B (Academia to Business) em 2022, uma com a empresa E-goi e outra com a TMG Automotive. As sessões A2B já se realizam há dez anos e totalizam 55 encontros, com mais de 1570 participantes entre académicos e membros de empresas, sejam elas grandes indústrias nacionais, startups ou spin-offs da U.Porto. O objetivo principal da iniciativa é uma aproximação do meio académico às empresas para parcerias de investigação, e assim uma mais eficaz valorização da ciência gerada pela U.Porto.

Equipa forte, consolidada e com os olhos no futuro

“No final de 2022 a U.Porto Inovação contava com uma equipa de 11 pessoas dedicadas a trabalhar numa melhor ligação entre a liderança da nossa Universidade na produção científica e o seu impacto no desenvolvimento económico regional, nacional e europeu.”, refere Pedro Rodrigues. Apesar de os últimos dois anos terem representado tempos difíceis, em que o trabalho à distância imperou, a equipa cresceu de forma mais especializada, reforçando a aposta da U.Porto Inovação nos seus eixos de referência. “A U.Porto Inovação deve grande parte da sua maturidade ao apoio institucional da Universidade, ao sentido de compromisso da equipa e à vitalidade do ambiente que a rodeia”, acrescenta André Fernandes.

Para o futuro, espera-se que a dedicação e compromisso se mantenha, assim como o trabalho e a ambição de ingressar em novos desafios que beneficiem, em primeira instância, a comunidade científica da Universidade e, depois, o panorama nacional (e internacional) em geral.

A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2022, pode ser consultada aqui.