“Nasceram” na Universidade do Porto e são reconhecidas internacionalmente nas suas áreas. Para além disso, todas elas foram criadas por mulheres. O retrato é comum à Didimo, à iLoF e à TonicApp, três das cinco empresas nomeadas para a edição deste ano dos prémios Portuguese Women In Tech (PWIT Awards), na categoria de Melhor startup portuguesa fundada por uma mulher.

Fundada em 2016, a Didimo é o resultado de mais de uma década de investigação aplicada na área dos avatares, liderada por Verónica Orvalho, docente e investigadora da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP). Foi ali que desenvolveu a primeira e única aplicação capaz de criar, em menos de dois minutos, um personagem virtual 3D, a partir de uma fotografia.

Com mais de 20 colaboradores distribuídos pelo Porto, Vancouver e Londres, a Didimo levantou, só em 2019, mais de 6 milhões de euros em investimentos de diferentes entidades financiadoras. No “currículo” da spin-off da U.Porto destacam-se ainda as conquistas da edição 2015 do iUP25k e da edição 2017 do Women Startup Challenge, promovido pela organização norte-americana Women Who Tech.

Mais recente, mas igualmente bem sucedido, tem sido o percurso de Joana Paiva, doutorada em Física – através do programa MAP-fis, lecionado pelas universidades do Porto, Aveiro e Minho -, cofundadora e CTO da iLOF – Intelligent Lab on Fiber. Nascida no INESC TEC, esta startup vem-se destacando pelo desenvolvimento de uma solução inovadora – baseada em Inteligência Artificial – com potencial para ser usada no diagnóstico e tratamento de várias doenças neurodegenerativas.

Atualmente incubada na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), a iLOF já chamou a atenção do EIT Health, o maior consórcio da área da saúde no Mundo, e da Microsoft, ligações que, só nos últimos meses, “renderam” mais de 3 milhões de euros de investimento. Em paralelo, Joana Paiva – que é docente convidada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) – conquistou o Prémio de Cidadania Ativa da U.Porto, na vertente de Empreendedorismo, e viu o seu nome incluído no ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos, elaborado pela revista Forbes.

Por fim, a Tonic App já foi apontada pela revista Forbes como um dos projetos, liderados por mulheres, mais disruptores e em que vale a pena investir. E não é por acaso. Fundada e dirigida por Daniela Seixas, médica e ex-professora auxiliar da FMUP, trata-se da empresa responsável pelo desenvolvimento daquela que é a app mais utilizada por clínicos em Portugal. Conhecida como “Google para médicos”, a aplicação reúne, num único sítio, todas as ferramentas necessárias à prática clínica diária.

Criada em 2016, a spin-off da U.Porto recebeu, no ano passado, um financiamento de 3,5 milhões de euros numa ronda de investimento série A co-liderada pelo fundo luxemburguês Vesalius Biocapital Partners e pela portuguesa Armilar Venture Partners. Antes, a empresa de Daniela Seixas já tinha brilhado  na MEDICA 2018 – a maior feira de saúde do mundo – ao conquistar o segundo lugar na competição de melhor aplicação móvel na área da saúde

Antigas estudantes da U.Porto entre as nomeadas

Para além das três spin-offs da U.Porto e respetivas fundadoras, a lista de nomeadas às restantes categorias dos prémos PWIT 2020 inclui ainda mais cinco antigas estudantes da U.Porto.

Na categoria de Data & Analytics Expert estão nomeadas Daniela Frazão Costa, mestre em Engenharia Biomédica pela Faculdade de Engenharia (FEUP) e Head of Data Visualization na JTA: The Data Scientists; Ana Catarina Alves, licenciada e mestre em Matemática pela FCUP e Data Scientist na JTA: The Data Scientists; e Joana Barbosa, mestre em Engenharia Informática pela FEUP e Lead BI Engineer na DevScope.

As outras nomeadas – na categoria de Community Leader – são Anabela Ferreira, mestre em Multimédia pela FEUP e Senior Agile Business Analyst na Natixis em Portugal, e Sara Mendes, antiga estudante – do MBA Executivo – e atual Project Manager Entrepreneurship da Porto Business School.

Votação a decorrer online

Escolhidas que estão as cinco nomeadas para cada uma das nove categorias dos PWiT Awards 2020, segue-se agora a escolha das finalistas – três por categoria. A seleção vai resultar de uma votação online e aberta ao púbico, a decorrer de 20 a 31 de julho.

As vencedoras serão anunciadas na edição de setembro da Revista Pessoas.

Lançados em 2018, os PWiT Awards têm como objetivo dar palco e distinguir mulheres que fazem parte do ecossistema tecnológico nacional.

Em 2019, o prémios de Melhor startup portuguesa fundada por uma mulher foi atribuído à DefinedCrowd, startup fundada por Daniela Braga, antiga estudante e investigadora da Universidade do Porto.

 

Notícia publicada no Portal de Notícias da U.Porto (www.noticias.up.pt)