Como já tem sido recorrente desde que a Universidade do Porto se aliou à European Innovation Academy (EIA), estudantes de diferentes faculdades voltaram a fazer parte das equipas vencedoras do programa. Durante os 15 dias de duração da EIA foram desenvolvidos projetos para 70 novas startups em equipas internacionais e multidisciplinares, o que culminou numa apresentação aos investidores no pitch final que aconteceu no mês passado.

Ao todo, com o apoio da U.Porto Inovação e do Santander Universidades, 18 estudantes da U.Porto participaram na EIA 2021, sendo que cinco deles tiveram uma parte ativa em quatro das ideias de negócio que alcançaram o top 5. Os estudantes estão atualmente a frequentar licenciaturas ou mestrados nas Faculdades de Ciências (FCUP), Economia (FEP), e Letras (FLUP), e as motivações para participar na EIA foram diversas, com especial enfoque no interesse pelo mundo do negócio, aprendizagem sobre empreendedorismo, acompanhamento por especialistas e oportunidade para trabalhar com colegas de todo o mundo.

Diagnostic Toys, Genius Caps, ProtoSyn e Wellness Wonders chegam ao top 5

TeddyCare é o nome do projeto idealizado pela equipa Diagnostic Toys e que conquistou o júri da EIA 2021. João Gomes, que começou o seu percurso na FMUP (mestrado integrado em Medicina) e está agora a frequentar um mestrado na FEP, participou na idealização deste produto, com o qual se pretende “monitorizar a saúde de bebés e crianças, de modo não invasivo, antecipando diagnósticos ou confirmando a necessidade de apoio especializado em determinado âmbito”, explica o estudante. A equipa acredita que este projeto poderá ser benéfico tanto para crianças como para os pais, trazendo um efeito terapêutico a estes últimos através do conforto que a recolha e análise de dados do TeddyCare proporciona. 

GeniusCaps também impressionou o júri, tendo mesmo chegado a escolher o projeto para o top 3 da competição. Dele fizeram parte duas estudantes da Universidade do Porto, ambas da FCUP: Ana Rita Vieira e Isabel Couceiro da Costa, acompanhadas por pessoas de quatro nacionalidades diferentes. “A Genius Caps pretende adicionar suplementos dietéticos às comuns bebidas encapsuladas (café, chá, chocolate quente, etc), através da sua incorporação direta em cápsulas biodegradáveis e recorrendo a técnicas de ciência alimentar como a microencapsulação”, explica Ana Rita Vieira. Uma das cápsulas apresentadas no pitch final chamava-se Brain Caps, especialmente indicada “para estudantes, suplementadas com ingredientes que aumentam a concentração e a memória e diminuem o cansaço”, acrescenta Isabel Couceiro da Costa.

O objetivo da Genius Cap é chegar a diferentes nichos de população com diferentes necessidades, oferecendo uma alternativa “conveniente e prática e permitindo um boost à distância de uma única cápsula”, contam. O júri ficou rendido à ideia, que acabou por ser uma das que subiu ao pódio do TOP TEAM, reservado para os três melhores projetos, conquistando a possibilidade de receber mentoria por parte do HAG.GROUP, mesmo depois de terminada a European Innovation Academy. Além disso, também foi galardoada com o prémio especial “The Nixon Peabody Trademark Artisan Award”, que inclui uma patente gratuita no valor de 10 mil dólares e registo de marca no valor de 5 mil dólares.

Do projeto Protosyn fez parte Hugo Sales, estudante da FCUP. Consiste “numa interface para simulações científicas que permite aos cientistas trabalhar sem necessitarem de programar”, explica Hugo. A equipa teve a oportunidade de apresentar o pitch ao júri, o que lhe valeu uma entrevista com o Alchemist Accelerator na esperança de serem aceites naquela que é a aceleradora de B2B (business 2 business) número um do mundo, em Sillicon Valley.

Por fim, mas não por último, Petra Guimarães, estudante de licenciatura da FLUP, fez parte da equipa Wellness Wonders, uma plataforma que “oferece serviços relacionados com o bem-estar e que tem uma parte social incorporada”, explica a estudante. O feedback do júri e dos investidores motivou a equipa para continuar a trabalhar no projeto mesmo agora que a EIA já terminou. 

"Voltaria, sem pensar duas vezes, a participar no programa"

É este o feedback geral dos estudantes da U.Porto desde que, em 2017, começaram a participar na European Innovation Academy. Petra Guimarães refere que a aprendizagem e as pessoas “extraordinárias” que conheceu ao longo da experiência são um dos motivos que a fariam voltar a participar. Mesmo tendo acontecido totalmente online devido à pandemia, não permitindo a habitual interação e convívio entre estudantes verificada em anos anteriores, também Ana Rita Vieira afirma que voltaria a participar: “O programa foi espetacular e superou as minhas expetativas. Os mentores foram incansáveis e estava tudo muito bem estruturado, cumprindo todas as etapas de uma primeira aventura pelo empreendedorismo”, conta.

João Gomes fala da passagem pela EIA como uma ótima experiência a nível formativo e humano, apesar da exigência das sessões de mentoria diárias o que, na sua opinião, “não resulta tão bem de forma presencial”. No entanto, e apesar dos constrangimentos associados a um evento não presencial, o estudante vê a EIA como uma “ótima forma de iniciar o percurso empreendedor”, recomendando “vivamente” a experiência.

Ao todo foram 350 os estudantes a participar na edição 2021 da European Innovation Academy, provenientes de mais de 60 países diferentes e 40 universidades ao redor do mundo. Desde 2017 que a Universidade do Porto e o Santander Universidades estão ligados à iniciativa, fornecendo bolsas aos estudantes interessados em participar.

 

Esta iniciativa tem o apoio do Santander Universidades.