Recolher amostras de água em falésias, cursos rápidos de água ou mares revoltos é uma tarefa que, à partida, parece perigosa. No entanto, não deixa de ser necessária para analisar a qualidade da água e a presença de micropoluentes orgânicos. E foi a pensar nisso que uma equipa de cinco investigadores do Laboratório de Processos de Separação e Reação - Laboratório de Catálise e Materiais (LSRE) da Faculdade de Engenharia da U.Porto criou o Waterfisher, um amostrador de águas superficiais.

Trata-se de um dispositivo fácil de transportar sem comprometer a sua robustez, capaz de armazenar até dois litros de água e “permite a recolhe de amostras de água superficial em zonas de difícil acesso”, explica João Sousa, um dos inventores. Além de ser extremamente eficaz, é também um equipamento simples de utilizar e com baixo custo de produção… e nem é preciso entrar na água!

O Waterfisher, que se destina a ser utilizado por entidades públicas ou privadas que precisem de realizar regularmente amostragem de água e análise a micropoluentes surgiu para fugir um pouco aos métodos tradicionais utilizando “vasos/baldes ou então recorrendo a barcos, o que torna a recolha complexa e dispendiosa”, explica João Sousa. Este novo dispositivo, por sua vez, é robusto e de simples utilização e “quando acoplado a um sistema que possibilite a sua projeção (ex.: uma cana de pesca convencional) permite efetuar recolhas sem comprometer a segurança do utilizador”, explica a equipa. Além de ser simples e com um baixo custo de produção, o Waterfisher garante também a representatividade da amostra também pois é totalmente estanque.

A meio de 2017, a equipa que desenvolveu o Waterfisher passou pelo Business Ignition Programme, um programa de iteração de ideias de negócio organizado pela U.Porto Inovação, CIIMAR e INESC TEC. Durante 12 semanas a equipa conseguiu desenvolver melhor o modelo de negócio da sua ideia, experiência que a equipa considera enriquecedora: “Participar no BIP permitiu-nos estabelecer contactos com pessoas de áreas até então desconhecidas como o marketing, a economia ou a gestão, e explorar a vertente financeira do projeto”, refere João Sousa.

Atualmente, a tecnologia já tem um protótipo funcional e validado em contexto real. O caráter inovador da invenção permitiu avançar para um pedido de patente portuguesa e os inventores estão no mercado à procura de potenciais investidores para a ideia. “Esperamos ver muito em breve o Waterfisher a ser comercializado”, concluem.

Mais informação sobre a tecnologia disponível aqui.

Esta notícia é parte da Newsletter #17 da U.Porto Inovação, na rubrica "Tecnologias da U.Porto".